13 de dezembro de 2008

Liberta-nos de ter respostas para tudo. Liberta-nos de sempre ter de estar certos

Rob Bell
em
Repintando a Igreja: Uma visão contemporânea

O Cristão não foge das perguntas, ele as abraça. Na verdade, para buscar verdadeiramente o Deus vivo, temos de enxergar a necessidade de fazer perguntas.

As perguntas não são assustadoras. O que assusta é as pessoas não terem pergunta alguma.

Tragédia é uma fé que não tem espaço para perguntas.

“Por que Deus permite que algumas pessoas morram... tão jovens?”

“Ao que parece, as pessoas medíocres ganham mais dinheiro. Por quê?”

“Por que o assassino fica livre e o homem honesto morre de câncer?”

“Às vezes chego a duvidar de que Deus está presente na África faminta, desnutrida e agonizante.”

“Se é possível pedir perdão a Deus no último instante de vida, por que, então, procurar viver uma vida de fé agora?”

"Deus está no controle de tudo e, portanto, toda essa porcaria estúpida que vemos hoje faz parte do plano dele (que eu não quero aceitar), ou está tudo fora de controle (o que também é uma porcaria). Afinal o que é que há?”

Por sua própria natureza, a pergunta indica que a pessoa que a faz não tem todas as respostas. E, por não ter todas as respostas, as pessoas procuram orientação fora delas mesmas.

Por mais desconcertantes, blasfemas, arrogantes, ignorantes ou grosseiras, as perguntas baseiam-se na humildade. A humildade que faz a pessoa compreender que não é Deus e que há muito mais por saber e aprender.

Os questionamentos trazem liberdade. A liberdade de que eu não tenho de ser Deus e não tenho de fingir que tenho todas as explicações. Posso deixar Deus ser Deus.
Talvez seja gente assim que Deus procura, pessoas que não aceitam simplesmente, sem questionar, tudo que ocorre a sua volta.

No Salmo 13, Davi diz ao Senhor:
Até quando, Senhor?
Para sempre te esquecerás de mim?
Até quando esconderás de mim o teu rosto?
Até quando terei inquietações e tristeza no coração dia após dia?
Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim?
Olha para mim e responde, Senhor, meu Deus.


Que palavras Jesus disse em seus momentos finais na cruz?

“Meus Deus, meu Deus, por que me desamparaste?”

Jesus. Na cruz. Questionando Deus.

A arte de questionar Deus é fundamental para a experiência cristã. Não de forma beligerante, nada de pergunta arrogantes, sem nenhum respeito pelo Criador, mas perguntas abertas, sinceras, sensíveis, cruas. Perguntas que surgem do assombro causado pela situação de diálogo com o Deus vivo.

Esse tipo de questionamento nos liberta. Liberta-nos da obrigação de ter tudo sob controle. Liberta-nos de ter respostas para tudo. Liberta-nos de sempre ter de estar certos. Permite-nos ter momentos em que chegamos ao limite de nossa capacidade de compreensão. Momentos em que o silêncio basta.


ROB BELL é pastor da Mars Hill Bible Church, nos Estados Unidos. É graduado pelo Wheaton College e pelo Fuller Theological Seminary, em Pasadena, Califórnia.

3 comentários:

Eugênio Christi disse...

Realmente, questionamentos sinceros e sem arrogância podem muito bem fazer parte da busca de um Cristão. Grandes nomes da Contemplação Cristã escreveram sobre a "Noite escura da Alma", momento no qual nada mais parece fazer sentido e somente a Fé nos resta.
Parabéns Rev. Paulo Silvano, este é um Blog que vai me inspirar muito. Vou colocá-lo em meus "Blogs Interessantes". Se o Sr. achar interessante, fique na liberdade de linkar o meu tb, assim a gente se ajuda nas visitas aos Blogs.
Um Forte Abraço,
Rev. Eugênio Ribeiro
http://reverendoeugenio.blogspot.com/

Anchieta Campos disse...

Caro amigo e irmão em Cristo, pastor Paulo Silvano, a paz do Senhor.

Mais um ano se vai e mais um ano chega. 2008 se vai e não volta mais, mas suas lembranças ficarão, lembranças de momentos agradáveis e outros nem tanto, mas encerramos mais um ano em pé pois temos uma mão potente, mão que não se cansa de nos sustentar, a misericordiosa mão do nosso Deus.

Neste momento renovo nossos laços de irmandade e fraternidade, e que estes laços possam se fortalecer ainda mais neste 2009 que se avizinha. Que o vínculo da paz e da defesa/anúncio do evangelho possam sempre nos unir cada vez mais por meio deste nosso santo e árduo ministério dos blogs cristãos.

Um ótimo Natal, cheio da luz e paz que Jesus nos trouxe, e um 2009 bem melhor do que 2008, sempre com a presença do nosso Deus e da sua Palavra, é o que desejo para você e todos os seus. Amém.

Fortes abraços.

Anchieta Campos

Carlos Roberto, Pr. disse...

Prezado Pr. Paulo Silvano,
Graça e Paz!
Hoje estou passando por aqui, para além de me edificar com suas postagens, registrar meus sinceros votos de um PRÓSPERO ANO NOVO, extensivo aos seus familiares e amigos.
Que a benção do Senhor, continue presente em sua vida e ministério nessa nova etapa!
Um grande abraço!
Pr. Carlos Roberto e Sarah Virgínia