22 de janeiro de 2009

Não tenho o menor interesse em seguir um deus que usa o sofrimento



"Foi uma grande fatalidade o que ocorreu. Não sabemos o motivo. Mas há de haver um propósito para tal sofrimento. Nosso coração está enlutado, sofrendo muito, pelas vidas, pelas vítimas, pela situação, pela calamidade. Esperamos que em Deus possamos ter o entendimento e o conforto desta enorme tragédia"


A declaração é parte da mensagem do Apóstolo Estevam Hernandes e da Bispa Sônia, dirigida aos membros da Igreja Renascer em Cristo, cujo templo sede em São Paulo desabou no dia 18 de janeiro, sobre mais de uma centena de fiéis, ceifando a vida de pelo menos nove pessoas.

Estou certo que, nesse momento de luto e dor, resta-nos pouco a fazer que não seja solidarizar e orar com aqueles que foram diretamente afetados por essa tragédia, principalmente com aqueles que ficaram sem os entes queridos, atingidos mortalmente no culto daquele fatídico dia.

Mas, apesar da gravidade do episódio, permitam-me apenas dizer que não tenho o menor interesse em seguir um deus que usa o sofrimento para estabelecer o seu propósito no mundo.

O Deus que encontrei é amoroso e suficientemente capaz para transformar em benção as tragédias ocasionadas por nós. Entretanto, a Escritura nos deixa claro que Ele jamais utilizaria a desgraça como instrumento para fazer valer o seu intento para a humanidade.

Carecemos aprender a assumir os nossos erros, deixando de, comodamente, lançar a responsabilidade pelas nossas mazelas no colo de Deus ou, ainda, na cacunda do diabo.

"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gálatas 6:7)

Imagem no contexto original: eraduasvezes.blogs.sapo.pt/

Vamos nos beijar lentamente, vamos amar de verdade


A morte não tem educação. Ela não bate à porta. Ela não pede licença para entrar, como se queixa o profeta Jeremias: “A morte subiu e penetrou pelas nossas janelas e invadiu as nossas fortalezas, eliminando das ruas as crianças e das praças os rapazes” (Jeremias 9.21).

Portanto, vamos nos perdoar rápido, vamos nos beijar lentamente, vamos amar de verdade, vamos rir descontroladamente, vamos valorizar tudo que há de bom e nos faz sorrir. E, mais do que tudo, vamos nos aproximar cada vez mais de Deus, com quem nos encontraremos face a face logo depois da morte!

Revista Ultimato - Edição 314

7 de janeiro de 2009

ENTRE NO NOVO PAÍS

Henri J. M. Nouwen, em "A voz íntima do amor"

Você tem uma idéia de como é o novo país; apesar disso, sente-se muito à vontade, embora não verdadeiramente em paz, no velho país.
Você conhece os jeitos do velho país, suas alegrias e suas dores, seus momentos felizes e seus momentos tristes. Lá passou a maior parte dos seus dias. Apesar de não ter encontrado ali o que seu coração mais ambiciona, permanece um tanto apegado a ele, tornou-se parte dos seus próprios ossos.

Agora chegou a compreender que deve deixá-lo e entrar no novo país onde o seu Amado reside. Você sabe que o que o ajudou e o guiou no velho país não vigora mais, mas o que mais você tem que seguir? A você está sendo pedido que confie que irá encontrar no novo país aquilo de que necessita. Isso exige a extinção do que se tornou tão precioso para você: influência, sucesso, até mesmo afeição e louvor.

Confiar é tão difícil, uma vez que não tem nada em que se apoiar. Apesar disso, a confiança é essencial. O novo país é onde você está sendo chamado a ir e, para isso, é preciso que esteja despido e vulnerável.

Parece que você continua cruzando e recruzando a fronteira. Por pouco de tempo, goza de verdadeira alegria no novo país, mas depois sente medo e começa a sentir falta de tudo o que deixou para trás de si, e assim volta ao velho país. Para sua surpresa, descobre que o velho país perdeu seu encanto. Arrisque mais alguns passos no novo país, confiando que, cada vez que entrar nele, você se sentirá mais confortável e capaz de ficar por mais tempo.

6 de janeiro de 2009

Só doutrina não é suficiente


Sally Morgenthaler

Só doutrina não é suficiente; doutrina colocada em prática na vida irá fazer a diferença entre eficiência e ineficiência no panorama espiritual, se quisermos alcançar adultos ou adolescentes.
O mundo pós-moderno e pós-cristão é relacional em sua essência. Está muito mais interessado no “ser” que no “conhecer”.
Como cristãos, o mais difícil nesse novo mundo é que não mais seremos capazes de impactar o mundo simplesmente declamando nossa teologia. Teremos de viver essa teologia “ em voz alta” – radicalmente.

Citação de Dan Kimball em A Igreja Emergente, Editora Vida